INTRODUÇÃO
O livro pode ser visto, como um brinquedo nos primeiros momentos, mais não deixa de ser um objeto, porém deve ser distinguido desde a mais terna idade, normalmente com a ajuda do adulto, tende a transmitir palavras, sons, texturas, ilustrações, formas e informações, que com a ajuda dos adultos poderá despertar na criança a descoberta do mundo, facilitando assim o reconhecimento de tudo a sua volta.
Ler não deve ser uma obrigação e sim uma satisfação, que resultará num grande enriquecimento pessoal, além de despertar na criança a atenção, a fantasia, o encantamento, a imaginação e um contato com um mundo de possibilidades.
O contato com a leitura deve começar desde a tenra idade quando as crianças estão mais flexíveis, com a curiosidade aguçada e ávida por aprender e explorar tudo a sua volta, momento em que estão livres de conceitos e preconceitos.
É interessante que possamos ofertar esse instrumento as crianças, como forma de incentivo, pois a criança que crescem ouvindo histórias, irá aos poucos desenvolvendo seu potencial criativo, e tornando-se um leitor em potencial. Esse processo deve ocorrer de forma gradativa e o gosto pela leitura envolve um conjunto de ações e de pessoas que necessariamente vivam na prática o prazer da leitura. (Silva, 1986, p. 95).
Precisamos nos deter ao prazer, e não a obrigação, é importante que a criança não se sinta pressionada, a ler ou ouvir, para tanto é necessário que o leitor tenha os livros sempre ao seu alcance, que esse seja como todos os objetos a sua volta, que ele possa manipulá-lo como lhe convier, e que esse possa atraí-lo tanto quanto qualquer outro objeto atrativo, colorido, que muitas vezes precisa da intervenção do adulto para ser melhor explorado.
“ A formação do leitor passa por diversos procedimentos [ ... ] deve-se começar a ouvir histórias, depois de olhar as figuras dos livros, de início livros com poucos textos e muitas ilustrações, até chegar a um leitor versátil”. Silva ( 200, p. 76).
OBJETIVO GERAL:
Criar uma leitura viva, conectada com a realidade das crianças e do mundo infantil, transformando o ato de ler em uma relação estreita com o mundo, consigo mesma e com os outros modos da cultura escrita, pois a leitura faz parte de um processo contínuo de aprendizado. Sendo necessário inserir a criança desde cedo no contexto literário para que de maneira prazerosa ele venha a adquirir, intimidade com o texto, e consiga estabelecer um diálogo entre o que ouve ou com o que lê, assim as atividades com práticas de leitura vão sendo introduzidas diariamente na vida das crianças para que ele desenvolva gosto pela leitura, e mais tarde, faça uso de textos verbais com maior autonomia.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Despertar o interesse e a atenção da criança desenvolvendo nela a percepção, a criatividade, a resolução de diferentes problemas, autonomia, criatividade, elementos importantíssimos para a formação pessoal e social de todo ser humano.
- Inserir a criança desde cedo no contexto literário para que de maneira prazerosa ele possa adquirir intimidade com o “texto” e consiga estabelecer um diálogo entre o que ouve ou com o que lê.
- Estimular e desenvolver de forma gradativa as atividades com práticas de leitura diariamente na vida das crianças para que ele desenvolva gosto pela leitura e mais tarde faça uso de textos verbais com maior autonomia.
- Medir a leitura no ambiente familiar, pois os familiares são os primeiros elos da criança com o mundo, encorajando-os a descobrir junto com a criança possibilidades de aprendizado, sensações, desenvolver-se e aprender coisas novas.
- Proporcionar a criança o primeiro contato com o percurso de desenvolvimento humano.
- Elaborar relações na infância como a ligação da criança com a família, e conceitos sobre o bem e o mal.
- Convencer a família da importância da leitura como prática cultural.
- Enriquecer o vocabulário, estimular a inteligência da criança, permitindo a associação entre o texto e o seu cotidiano.
- Oferecer condições para a aprendizagem de atitudes sociais e morais cultivando a sensibilidade e a imaginação, aprimorando o ato de memorizar e prestar atenção.
- Contribuir para melhorar a qualidade da educação através da inserção sistemática de processos de leitura prazerosa, dinâmica, contextualizada e crítica, com professores/as, pais e crianças buscando envolver a família e despertando nos educadores envolvidos no projeto e todos os outros o interesse pela leitura prazerosa e contextualizada, sensibilizando-os para gostar de ler, tornando-se educadores leitores na prática. Incentivar professores, e familiares para a pratica de leitura como instrumento de conhecer, de encantar-se e distrair-se, desenvolver a imaginação, a criatividade, a linguagem, o processo de comunicação e reflexão.
- Fazer relação texto e contexto, leitura e vida.
- Desenvolver a habilidade de ler como instrumento de construção da cidadania ajudando as crianças a refletirem sobre sua realidade e de suas famílias.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Partindo de inquietações levantadas pelo grupo docente e de suas relações com familiares e comunidade, e para que com fundamentos teóricos possam permear práticas pedagógicas emancipatórias, este projeto terá como referência norteadora, o autor Paulo Freire ( 1997, p. 11) que aborda:
“ (...) o ato de ler não se esgota da decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra (...) linguagem e realidade se prendem dinamicamente.”
Partindo então do pressuposto que o incentivo à leitura ainda consiste numa das maiores dificuldades para os professores e para as escolas, cabe salientar alguns fatores relevantes na tentativa de solucionar essas dificuldades, como coloca o autor:
“ A literatura é grande desfio ao educador da atualidade. A escola se organizou muito centradamente no aspecto cognitivo e se esqueceu, quase que completamente, da arte ( em suas diversas manifestações) do prazer, do lúdico, do agradável... da literatura. Fato lamentável numa época de poluição, de famílias desestruturadas, de massacre do homem em função da máquina e do processo”. ( Braga, 1995, p.36).
Mas esse não é o único entrave, existe o fator pessoal, representado pelo professor, pois sua postura frente ao livro é fundamental para a formação do hábito de ler na criança. O entusiasmo contagia, mas quem não sabe apreciar o livro pode desestimular a criança, mesmo de for inconsciente, ainda contamos com alguns fatores que implicam no sucesso ou fracasso de um projeto como esse;
- Ambiente Físico: o espaço da leitura deve ser agradável, acolhedor e informal, seja na sala de aula, seja na biblioteca, na sua casa o que importa é a criança sentir-se a vontade para ali permanecer para entregar-se à leitura com prazer e familiarizar-se com o livro.
- Livre acesso aos livros: os livros devem estar dispostos de forma a permitir à criança fácil manuseio. Às vezes a organização formal das prateleiras constitui barreira para a criança, que se sente inibido e receoso de tocar nas obras;
- Acervo da biblioteca: é importante a atualização da biblioteca, tendo em vista o atendimento dos interesses e a fase do desenvolvimento dos usuários.
Propondo então como promoção de leitura, objetivando despertar o interesse e a vontade de ler por parte das crianças e dos familiares, destacamos as seguintes práticas pedagógicas:
- Dramatizações com a participação das crianças;
- Atividades com ORIGAMI, arte japonesa que constitui na dobradura artística de papeis, criando personagens das histórias;
- Manipulação de argila e construção de maquetes, representando os cenários onde estas histórias acontecem fundamentadas na releitura das historias;
- Exploração de receitas culinárias, onde os familiares possam envolver os filhos e compartilhar com eles o resultado das receitas,
- Trabalho com jornais;
- Leitura de histórias em quadrinhos.
As histórias em quadrinhos têm um efeito surpreendente como mecanismo de incentivo à leitura. Tais histórias atraem as crianças pelas identificações que estes fazem com alguns personagens, semelhante ao mundo fático. A fantasia transforma a leitura em modalidade de ensino e de prazer, por esse motivo não vamos nos ater somente aos livros e revistas direcionadas ao público infantil e também gibis, para que os pais possam ter informação e as crianças possam desfrutar do prazer desse tipo de leitura.
Para verificar o acesso e uso de livros será realizada uma pesquisa de campo com as famílias, que preencherão formulários, no qual será levantado dado quantitativos e qualitativo.
Para implementar o projeto é necessária a organização do acervo bibliográfico da unidade como catalogar livros/revistas separando por faixa etária. A organização do empréstimo dos livros será realizada com a participação de todos os docentes da unidade que deverão viabilizar a entrega e a devolução através de registros individuais (cada criança receberá uma pasta identificada com um livro e formulário a ser respondido pelos familiares) que servirá como feed back. O empréstimo dos livros será realizado na sexta-feira e sua devolução na segunda-feira, podendo ser prorrogado conforme a solicitação.
A analise dos dados serão contratado com a pesquisa bibliográfica assim, o professor não ficará restrito ao espaço fechado da sala de aula, mas sim deverá encarar o trabalho de leitura com serenidade, munindo-se de embasamento teórico sobre a ciência da leitura, o que lhe dará respaldo no direcionamento de sua prática, pois segundo BRAGA (1985): “Só ensinamos bem o que conhecemos e acreditamos.”
O princípio do empréstimo dos livros deverá ser pautado nos seguintes aspectos relevantes:
-O professor deverá ser capaz de escolher livros de acordo com os interesses do leitor, disponibilizar vários tipos de leitura, conhecer o interesse e o nível de desenvolvimento e contexto social da criança com a qual trabalha; citando BRAGA (1985) “A falta de adequação entre a obra e o interesse do aluno, poderá acabar com a motivação do pequeno leitor”.
O professor poderá utilizar vários recursos metodológicos para despertar o prazer de ler em suas crianças.
No atual contexto social faz-se mister que os professores estejam comprometidos com a literatura, que também tenham ou adotem o salutar hábito da leitura, pois, no dizer de Fombeure: “ É lendo que nos tornamos leitores”. Então, que leiam por prazer e acompanhem o desenvolvimento dos seus alunos, incentivem o pensamento reflexivo e crítico, capacitando-os a reconhecer os valores subjacentes nas relações sociais, políticas e econômicas da sociedade, descritas, muito provavelmente, nas estrelinhas da maioria dos bons livros.
Necessário também é a existência de consenso entre professores e crianças no sentido de que a literatura é objeto de lazer e compreensão do mundo que, respeitados os interesses crenças do leitor, propicia prazer, emociona, alegram, engaja o ser por inteiro na leitura e se transforma em atividade lúdicas e cognitivas.
Portanto, não é de se pensar em literatura como instrumento de transmissão de normas lingüísticas ou comportamentais. Ela poderá oferecer um vasto horizonte à criatividade e fantasia, levar o leitor ao âmago de suas emoções, mas não deverá ser usada como simples recurso para a aprendizagem de conteúdos educativos.
Tornar o livro um objeto “amigo” da criança, oportunizando o contato com o belo, com o imaginário e com a arte da palavra, são condições que reforçarão o estabelecimento do hábito de ler por prazer e entretenimento. Alcançados tais objetivos, os demais propósitos referentes à relevância da leitura, virão como conseqüência.
Para que possamos atrair o interesse dos leitores e docentes, será criado um jornal com distribuição mensal, com assuntos diversificados: receita culinária, aniversariantes, noticias, piadas, indicações de vídeos, teatros e exposições... Propiciando mais um momento de interação entre o CEI e a Família.
Recursos: Todo o acervo de livros infantis, revistas, Cds, v´´ideos e o jornal mensal que será elaborado pelo grupo, com a colaboração de todos os funcionários da unidade, que contribuirão, nos trazendo artigos interessantes, receitas, piadas e gibis.
AVALIAÇÃO:
1 – Antes de começarmos a elaboração do projeto, fizemos uma pesquisa bibliográfica, contrastando a pertinência, a viabilidade e eficácia potencial do mesmo para que então pudéssemos determinar sua pertinência. Analisamos os aspectos e a coerência entre as soluções propostas e a realidade que se pretende modificar; a relação entre recursos e objetivos, objetivos gerais, específicos e metas e entre o diagnóstico e as proposições.
2 – Na segunda etapa da avaliação realizada durante a execução nos trazendo informações sobre o andamento do projeto para ponderação de resultados, com o objetivo de estabelecer até que ponto a proposta inicial está sendo cumprida.Não se trata do controle operacional do projeto, pois a avaliação permite fazer um juízo sobre os pressupostos do projeto e decidir por sua manutenção ou não. Permite, ainda que se decida se os objetivos e procedimentos operativos devem ser reformulados ou mantidos.
3 – A avaliação final será realizada após a conclusão do projeto, no sentido de determinar seu impacto sobre a situação inicial, assim como sua execução e funcionamento, nos dando base para aplicação em outros projetos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLENGER, Lionel. Os métodos de leitura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura e realidade brasileira. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler, em três artigos que se completam. São Paulo. Editora Cortez. 1988.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Educação Infantil: muitos olhares. SP: Cortez, 1994.
PERRONI, M. C. Desenvolvimento do discurso narrativo. São Paulo: Martins
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
Documentos do Rede em Rede: Tempos e Espaços para a Infância e suas Linguagens nos CEIs, Creches e EMEIs.